terça-feira, 30 de abril de 2013


Reflexos de Nietzsche





Um filósofo à frente de seu tempo, vivendo num período de hipocrisia, talvez tão antiga quanto a própria humanidade. Este texto que escrevo sobre o pensamento de Nietzsche (1844 – 1900) nada tem a ver com a questão da pessoalidade de Deus, embora poderia.
Quando ousou afirmar que Deus estava morto colocou em xeque os valores sob os quais sempre viveu, pois seu pai era pastor e o estudo da Bíblia era uma constante no início de sua vida, no entanto, com a maturidade e, desta vez, podendo confrontar sua realidade interna com os valores que a sociedade apresentava pode ir mais além, e sim, arquitetar o pensamento, na contra mão da hipocrisia de sua época e dos séculos vindouros, de que “Deus está morto”.
Voltaire (1694 – 1778), disse: “Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo.” Interpretando de forma livre a frase de Voltaire, penso que a existência de Deus veio de encontro ao vazio próprio do ser humano, bem como, à necessidade de algo que refreie o instinto, nada bom, do ser humano, (embora a questão do instinto fique para uma próxima vez).
A morte de Deus é representada a partir dos valores e dessa moralidade que fenece dia após dia, apesar de o Estado ser laico, sua formação é basicamente cristã, pois a história nos mostra que nem sempre a igreja mantivera-se distante das decisões, éditos, leis e principalmente intrincada na alma de quase todos nós. Segundo pesquisas os cristãos, católicos e evangélicos, em 2011 somavam cerca 1,2 bilhões de pessoas.
Se essa troca de valores tomando por bem o que é mal, ou fazendo vista grossa ao que nos cerca, como por exemplo: pessoas sendo queimadas vivas por não ter dinheiro, crianças depositadas em lixeiras ou fossas, cracolândias, onde pessoas se destroem a céu aberto, e acima de tudo e o evento mais claro do que Nietzsche dizia, a supervalorização do capital, que talvez possa estar por trás de tudo que foi elencado acima, pois a vida passou a ter um preço e esse não é inestimável, não vem sendo protegido, varia de poucos centavos a fortunas.
Se esse fato marca a vinda do Cristo ou se isso é apenas mais uma maneira de protelar a qualidade de vida para a morte, a exemplo do reino celestial futurista, não sei, mas que vemos um Deus agonizante ou nos termos de Nietzsche, morto, é fato.
  

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